O ruído é um tipo de amor. Ama-se loucamente como as trilhões de maquitas nos canteiros de obras amam os azulejos e as telhas de amianto. O ruído arde como a política. Notas de duzentos sendo esfregadas pelos dedos dos ladrões. O ruído é claramente a vontade de morrer. Materialidade do que escapa à forma feita. Quem falha na morte é quem fica. E ficar nem sempre é bom. [nome], de Italo Dantas, é todo feito de uma ruidosidade lírica, uma escrita tomada por empuxos nervosos, um texto frito que nem café com anfetamina, pão na chapa com pasta de cocaína. Nos erros e vacilos, nos deslizes de intensidade gráfica, a realidade retorcida é por múltiplos planos virtuais, por nuvens falsamente celestial. Esta é a estreia de Italo em livro, mas o poeta tem trajetória em experimentação poética, autorais e de tradução, em revistas e publicações independentes, como na la bodeguita, publicadora que movimentou ao lado de Camillo José e jonatas Onofre.
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O livro integra o segundo bloco da coleção a galope – uma colab entre a garupa e a kza1 – que conta inda com a parceria das iniciativas Leituras.org, responsável pela comunicação visual da campanha de pré-venda, e da gráfica e editora Impressões de Minas, responsável pela impressão dos livros.
a coleção busca contribuir para o panorama da atual poesia brasileira. autorxs vivxs. escritas em tempo real. mas não tem a ambição de mapear ou cartografar esse panorama. em vez disso, pontuamos alguns compromissos: transitar, operar testes, correr riscos. e nos permitir um trabalho que desoriente. editar poesia é uma modalidade de abertura para a própria noção de poesia. para este tempo, para este chão, para esta gente.
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R$ 30,00Preço
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