"o jornal anunciou um eclipse vermelhidão lunar, mas o céu turvo encobriu o fenômeno. o lugar também: pulsava como um animal doente, cada concreto era vivo e exalava algo da atmosfera de veludo. a comida uma ração morna, a piscina uma poça morna, a narrativa dos fatos, intoxicada a dicção dos poetas da moda. uma das loucas tinha a voz em falsete e só dizia três falas: amor, rasgô, e desculp’eu, a última uma contração, pode-se ver, mas ela falava rápido e pra dentro, um único som. seu nome era ângela,"
 
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Liv Lagerblad (1989) é artista visual, compositora e poeta. Tem dois livros publicados, um que leva seu nome, pela Coleção Kraft da Cozinha Experimental, outro chamado o cri§e pela Editora Urutau. Vive no Rio.
 
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